5 de setembro de 2010

Um tempo atrás...

Reconheço

Uma vez li a seguinte frase: “eu quero raízes, mas só tenho asas”
Achei fantástica… baboseira…
Não que a frase em si não tenha sua beleza, tem…
Mas quem dera eu tivesse asas
Assim, quem sabe eu fazia um ninho?

Hoje, eu penso que talvez minhas raízes nasçam pra dentro
É, pra dentro, não me prendem a nada, nem ninguém
Só a meus anseios e tormentas
Só aos meus desejos e meus desamparos
Só a minha carne impura e solitária

Sou uma árvore isolada num alto de uma montanha
Sem frutos, sem folhas...
O vento me passa inexato, rabugento
E eu aqui sozinho, esperando

Mas não se enche um copo que já está cheio
Cheio de bobagens, ilusões, imperfeições
Talvez seja a hora de esvaziar
Derramar até a ultima gota que me preenche
Quem sabe vazio, poderei encher de algo que valha a pena

Hoje não tenho raízes, nem asas, nem nada
Minhas convicções burramente ainda permanecem
Tolas e imaturas, nem puras nem impuras
Só tolas

Recomeçar me parece petulante
Como se recomeça o fim?
Ou como se recomeça algo que nunca começou?
Hoje eu me reinvento, ou melhor, me reconheço.

---------------------------------------------------------------------------------------------W.F.

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